Anemia na Adolescência!


Anemia na adolescência tem consequência

A adolescência é uma fase de mudanças especiais na vida. A transição da infância à maturação sexual exige maiores necessidades nutricionais para os adolescentes, tornando-os um grupo de risco.
A deficiência de micronutrientes é um dos principais agravos na adolescência. A alimentação incorreta, com relação à qualidade e quantidade dos alimentos, é uma das características do comportamento desta fase.  O consumo de fast food, alimentação rápida e de baixa qualidade nutricional é um dos hábitos frequentes dos jovens. A maioria dos adolescentes apresenta anemia em decorrência da má alimentação.
A anemia pode ocorrer devido à deficiência de um ou mais nutrientes no organismo, como o ferro, vitamina B12 e/ou ácido fólico. Também há ocorrências de anemia devido à hemorragia, presença de disfunções genéticas ou parasitoses. O ferro é um micronutriente de maior necessidade para o crescimento e desenvolvimento dos adolescentes. Sua deficiência indica a presença de anemia ferropriva, principal anemia em ocorrência nesta faixa etária, principalmente no grupo feminino, pela menstruação, como comprova alguns estudos regionais no Brasil. As consequências são diversas, como o retardo do crescimento, apatia, dificuldades de aprendizado, perda da habilidade cognitiva e baixa imunidade.
O diagnóstico mais comum da anemia é realizado através de um exame bioquímico chamado hemograma. Nele verificamos o conteúdo de hemoglobina no sangue, em caso de anemia, este resultado encontra-se abaixo da normalidade. Conforme tabela 1, estão os parâmetros de análise para diagnóstico da anemia segundo a Organização Mundial de Saúde.
 A definição do tipo de anemia é realizada pela análise do volume corpuscular médio das hemácias e hemoglobina corpuscular média, também presentes no hemograma.
A anemia ferropriva é caracterizada por uma microcitose, ou seja, as células vermelhas do sangue (hemácias) estão em um volume menor. As reservas de ferro também são analisadas através de exames.  Os sintomas mais comuns são fraqueza, palidez, dispnéia aos esforços físicos, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade e menor resistência a infecções.
Após o diagnóstico da anemia ferropriva, o tratamento normalmente é realizado por suplementação de ferro e orientação nutricional.  Algumas dietas apresentam o conteúdo de ferro elevado, mas sua absorção pode estar limitada em decorrência do tipo de ferro consumido e a interação entre os nutrientes na mesma refeição.
O ferro heme, presente nas carnes, tem maior absorção em relação ao ferro não – heme, presente principalmente nas leguminosas e folhosos verdes escuros. A vitamina C auxilia na melhor absorção do ferro não - heme, portanto o consumo de frutas ou sucos fontes de vitamina C (goiaba, acerola, laranja, maracujá, limão, entre outros.) é uma boa opção para acompanhar o almoço e jantar.
Um alerta! Recomenda-se não ingerir refrigerantes, mate, café, chá preto, leites e derivados próximo ao almoço e jantar, porque prejudicam a absorção do ferro não-heme seja devido à presença de fatores antinutricionais ou elevada quantidade de cálcio.
Os cuidados nutricionais associados com as orientações médicas favorecem ao sucesso do tratamento. Atenção à importância dos jovens irem às consultas médicas e nutricionais para acompanhamento do seu desenvolvimento e melhor orientação.
Nutr. Paula Moraes Curty Pimenta
Rio de Janeiro – RJ
http://www.meunutricionista.com.br

Para adolescentes que têm uma anemia persistente e nada melhora, convém investigar doença celíaca!

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