A história de uma atleta Celíaca!!


A Vida sem Glúten de uma Atleta Olímpica: a história de Amy Begley, celíaca

amy_begley_celebridade_celiaca_glutenA Amy Begley é uma das melhores maratonistas dos Estados Unidos, e em 2008 participou das Olimpíadas em Beijing, na China. Uma fonte de inspiração para muitos, a Amy foi diagnosticada com a doença celíaca em 2006, e conversou conosco sobre sua vida sem glúten, e sobre como a doença, seus sintomas e demora no diagnóstico (10 anos) influenciaram sua vida como atleta. Nas linhas que seguem, a Amy nos mostra que com tenacidade e determinação, tudo é possível!
VidaSemGlutenESemAlergiasQue idade você tinha quando recebeu o diagnóstico da doença celíaca?
Amy. Eu tinha 28 anos quando me diagnosticaram.
VidaSemGlutenESemAlergiasQuais os sintomas que levaram ao diagnóstico?
Amy. Eu comecei a ter sintomas quando eu tinha 18 anos. Eu tinha muito dor de estômago, gases, inchaço e dores quando eu corria. Os médicos primeiro acharam que era intolerância a lactose, e eu removi o leite da dieta. Os sintomas então se tornaram um pouco menos severos, mas continuaram. Eu cheguei a um ponto em que eu não podia comer durante umas 6 horas antes de correr. Daí então surgiram outros problemas, nesta ordem: hipotireoidismo, anemia, desidratação durante as corridas, amenorréia, fraturas e osteopenia. Eu também tinha diarréia diversas vezes durante o dia, não podia correr por mais do que 30 minutos sem ter que parar para ir ao banheiro.
VidaSemGlutenESemAlergias. Então foram 10 anos até o diagnóstico, não?
Amy. Isso mesmo, eu tive sintomas por 10 anos antes de saber que era celíaca. Em parte foi culpa minha, porque que eu me mudei muitas vezes e não tive um médico fixo. Cada vez que ia aos médicos com uma nova queixa eles tratavam aquele sintoma específico sem ter uma visão geral da causa, mesmo eu levando o meu histórico médico em todas as consultas. Mas o diagnóstico da osteopenia foi o que realmente me fez buscar uma resposta para os meus problemas. Eu não deveria ter osteopenia aos 26 anos! No final, eu já não aguentava mais. Se já era difícil viver com todos aqueles sintomas, correr então nem se fala.
VidaSemGlutenESemAlergias. Como a adoção da dieta sem gluten, após o diagnóstico, afetou o teu treinamento e performance?
Amy. O inchaço e a dor desaparecem em três semanas. E eu já não estava mais desidratando durante as corridas. Meus níveis de ferro também começaram a melhorar. Eu podia correr por mais tempo sem ter que parar para ir ao banheiro e sem as diarréias constantes.
VidaSemGlutenESemAlergias. Você conhece outros atletas celíacos?
Amy. Sim, conheço tanto outros atletas que tem intolerância ao glúten como atletas que são celíacos diagnosticados.
Vida sem Gluten Amy BegleyVidaSemGlutenESemAlergias. Como você fez para seguir a dieta sem glúten nas Olimpíadas, em Beijing?
Amy. Eu pesquisei bastante as opções que ia ter em Beijing antes de viajar, e contatei os responsáveis pela alimentação na Vila Olímpica para saber quais seriam as alternativas sem glúten. Eu também levei comida pronta sem glúten, que podia ser feita sem muito trabalho. Os chefs do acampamento americano também levaram algumas comidas sem glúten para mim. Já lá em Beijing, o que eu fazia era ligar para os chefs do acampamento americano cerca de uma hora antes da hora de comer, assim eles podiam preparar um prato especial sem glúten para mim. O acampamento americano ficava a cerca de 20 minutos de ônibus da Vila Olímpica, onde eu estava, mas a viagem valia a pena, porque me disseram que a comida na Vila Olímpica que supostamente não deveria conter glúten na verdade não era segura, pois não era preparada separadamente. Então eu não quis arriscar.
Quando eu viajo e não tenho muita certeza se terei opções sem glúten para comer o que eu faço é levar a minha própria comida. Geralmente levo alguns pacotes de cereais sem gluten, arroz de saquinho, frango ou salmão enlatado, biscoitos de arroz e barrinhas de soja. O leite de soja, frutas e iogurte eu geralmente consigo nos cafés das cidades para onde vou. Já os aeroportos são os piores lugares para eu comer, e as viagens longas de avião são terríveis. Eles não conseguem deixar de colocar croutons em todas as saladas e granola nos iogurtes. E nas viagens realmente longas, como para Europa, eu levo coisas do tipo macarrão de arroz e sopas que podem ser esquentadas no avião.
VidaSemGlutenESemAlergias. O que você geralmente come durante os períodos de treinamento intensivo?
Amy. Em um dia típico de treinamento intenso:
  • Café da manhã: banana, barrinha de soja, barrinha de cereais sem glúten e Gatorade
  • Após o treino: Endurox R4
  • Almoço: maçã, macarrão de arroz ao molho curry, ou vegetais, ou tacos/tamales mexicanos
  • Lanche: iogurte
  • Jantar: salada, macarrão sem gluten com alguma carne, molho e vegetais
  • Lanche da Noite: uma fruta ou pedaço de chocolate
Já em um dia típico quando não estou treinando:
  • Café da manhã: (1) algum cereal sem glúten (cinnamon chex, mesa sunrise, ou koala crisp), leite de soja, e banana com manteiga de amêndoas OU: (2) aveia sem glúten com leite de soja, manteiga de amêndoas, bananas ou frutas.
  • Lanche: iogurte
  • Almoço: alguma fruta, sopa e restos do dia anterior
  • Jantar: uma carne grelhada (salmão, bisão, frango), batata doce com canela, salada ou vegetais
Amy Begley, Vida sem GlutenVidaSemGlutenESemAlergias. A sua família e amigos te ajudam a seguir a dieta?
Amy. Meu marido também segue a dieta sem glúten para que nossa cozinha não seja contaminada. Mas eu levo alguns petiscos para ele de vez em quando, e ele também pede coisas do tipo pão e massas quando a gente come fora. Já meus amigos estão sempre experimentando novos restaurantes com opções sem glúten junto comigo. E minha família me ajuda demais. Sempre me contam sobre novos produtos que encontram. Minha mãe é minha porta-voz nos restaurantes quando a gente come fora.
VidaSemGlutenESemAlergias. Qual a comida (com glúten) que você sente mais falta?
Amy. Pão macio para fazer sanduíches, o pão sem gluten ainda é muito pesado e se desfaz com facilidade. Eu também sentia saudade de alguns biscoitos, mas as versões sem glúten agora já estão muito boas.
VidaSemGlutenESemAlergias. Qual conselho você daria a atletas (ou aqueles que querem se tornar atletas) que acabaram de ser diagnosticados como celíacos?
Amy. O diagnóstico é realmente uma benção, porque ele permite que você passe a se alimentar com a comida que faz bem ao seu corpo. Você pode atingir qualquer objetivo atlético ao qual você se propõe se você o fizer com dedicação. Você precisa se certificar que está comendo a quantidade suficiente de frutas, vegetais, proteínas e carboidratos. Boas opções magras de proteína incluem frango, nozes, feijões e peixe. E ótimas opções de carboidratos incluem batata doce, batatas no geral, milho, arroz integral, mandioquinha e as massas sem glúten disponíveis. Tudo é possível!
Agradecemos à Amy pela gentileza na concessão da entrevista e pelo envio das fotos. Para mais informações sobre a Amy, visite o website dela (em inglês):
--www.vidasemglutenealergias.com

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