Alergia a Pólen


05 Outubro 2009

Temos alergia aos pólens no Brasil?


Chegou a primavera, estação das flores. E, ao primeiro espirro, alguém logo acrescenta: é por conta dos polens! É verdade? Ou mais uma moda importada?

O Brasil é um país muito grande e com amplas variações do clima nas suas diferentes regiões. Os primeiros relatos de alergia aos pólens no Brasil foram feitos na década de 40 pelo professor Ernesto Mendes, mas os estudos tomaram impulso à partir dos anos 80.

A característica desta doença é o fato de ser estacional, ou seja, ocorre no período do ano em que ocorrem polinizações de alguns tipos de plantas. Por isso, tem seu auge entre os meses da primavera, sendo mais prevalente entre Setembro e Dezembro.

Nos Estados Unidos é chamada de “Febre do feno” (“hay fever”). Em muitos países, a polinose é tão comum que a informação sobre contagem de polens é disponibilizada diariamente através de emissoras de rádio, TV, jornais e sites. Em 2007, a revista BMJ publicou uma estimativa de que 1 em cada 6 pessoas nos países industrializados sofre de alergia sazonal ao pólen. 

No Brasil, a alergia aos polens é descrita apenas nos Estados do Sul: Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, onde as estações são bem definidas. Em algumas cidades, como em Caxias do Sul e Santo Angelo das Missões, aparelhos de contagem polínica são usados com este fim. 


Sintomas mais comuns:

- Espirros, coriza e grande desconforto nasal.
- Olhos lacrimejando, irritados e avermelhados.
- Coceira em olhos, nariz, palato (céu da boca). 
- Mal estar, simulando um estado gripal.
- Asma pode ocorrer em alguns casos. A pessoa se queixa de dificuldade para respirar, tosse, tem chiados no peito.
- A pele pode apresentar coceira e eczema.

Estes sintomas são intensos e podem prejudicar a qualidade de vida do paciente, que dorme mal, tem fadiga, passa a se irritar facilmente. A coceira dos olhos é tão intensa que é comum se ouvir: “Tenho vontade de arrancar meus olhos!” Os olhos ficam tão avermelhados, criando constrangimento no convívio social ou no trabalho. 

Causa: inalação de grãos de polens de alguns tipos de plantas faz com que as proteínas do pólen se depositem nas mucosas respiratórias, provocando uma inflamação alérgica, com participação do anticorpo da alergia, chamado de Imunoglobulina E ou simplesmente IgE. 
E aí vai um dado é importante: a polinose atinge apenas as pessoas que tem predisposição genética alérgica para a doença.

Pólens: são grãos minúsculos, nem sempre vistos a olho nu, que participam da reprodução das plantas. A quantidade de pólen no ambiente varia com o tipo de planta, clima, etc. Em geral aumenta muito na época da reprodução destas plantas, que normalmente ocorre na Primavera.


Por que não há polinização no resto do país?

A polinização na maior parte do Brasil é feita através de insetos, que transportam os polens de um local para outro. Algumas plantas fazem autopolinização e outras fazem a polinização hidrófila (através da água).

A alergia ocorre quando os pólens são levados pelo vento, ou seja, quando grande quantidade destes minúsculos grãos se dispersa no ar, penetrando nas vias respiratórias humanas através da respiração. É o que ocorre no sul do país.

Fatores que influenciam no aparecimento da alergia:

O crescimento da agricultura nos últimos anos veio modificar a paisagem no sul do país, substituindo as florestas por gramíneas, que tem maior poder de provocar as alergias. 

O aparecimento da alergia depende da concentração dos pólens, que deve ser alta o suficiente para causar sensibilização e sintomas.

Nos dias quentes e com leve brisa, o pólen vai mais longe, com predomínio no final da tarde. Já nos dias chuvosos e úmidos há menor quantidade de pólen na atmosfera. 

O fato de uma pessoa ser alérgica ou ter história na família de pessoas portadoras de alergia aumenta a chance de apresentar alergia polínica.

Uma pessoa que morou no exterior poderá desenvolver a doença com mais freqüência.

Os principais pólens que causam alergias podem ser divididos em três tipos: 
1. Pólens de gramíneas: Azevém, Cana-de-Açucar, capim, grama, milho, sapé, trigo. 
2. Pólens de árvores: cipreste, alfineiro, pinheiro, plátano e salgueiro/chorão. 
3. Pólens de Ervas: Alfafa, Ambrósia, Artemísia/Losna Brava, Carrapicho-de-Santa Helena, Caruru, Crisântemo, Dália, Dente-de-Leão, Erva-de-Bicho e Erva-de-Santa Maria, Lanceta-de-Ouro, Língua-de-Vaca, Losna Branca, Losna ou Absinto, Parietária, Quenopódio, Taboa ou Tabua, Tanchagem ou Plantago. 


Cuidados preventivos

• Manter janelas fechadas à noite. 

. Utilizar ar condicionado com filtro. 

• Manter as janelas do automóvel fechadas. 

• Permanecer o maior tempo possível dentro de casa, durante os dias de maior concentração polínica, ou seja, naqueles ensolarados, secos e ventosos. 

• Ao sair usar óculos de sol, para diminuir a impactação de pólens nos olhos. 

• Evitar andar de moto ou bicicleta sem proteção para os olhos. 

• Evitar passear no campo, cortar grama ou serviços de jardinagem. 

• Antes de deitar, tomar banho, lavar os cabelos, para evitar a deposição de pólens no travesseiro e cama. 

. Evitar colocar roupas para secar no exterior. Roupas úmidas coletam pólens que podem agravar a alergia. 

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