Como lidar com as crianças celíacas!
Doença celíaca: entenda o que é e como lidar com as crianças que têm o problema
Intolerância permanente ao glúten exige restrições alimentares
Pipoca, pão, macarrão, bolacha... Em geral, as crianças costumam gostar de comer esses alimentos, certo? No entanto, um estudo da Universidade Federal de São Paulo, de 2007, mostrou que 1 a cada 214 brasileiros não reagem bem a esse cardápio. Eles têm a chamada doença celíaca - uma intolerância definitiva ao glúten, proteína presente no trigo, centeio e cevada.
Para entender o que ocorre no organismo dessa parcela da população, é importante saber como funciona o intestino delgado. As paredes do órgão possuem vilosidades – como se fosse uma fileira de dedos de luva. Quando o alimento passa por ali, esses relevos se encarregam de absorver os nutrientes. Pois então: se o organismo é intolerante ao glúten, as vilosidades do intestino diminuem de tamanho com a ingestão da proteína. E o que ocorre? O corpo não conseguirá absorver os nutrientes como antes.
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Por isso, a criança que possui os sintomas clássicos da doença celíaca pode apresentarbaixa estatura para a idade, reduzido ganho de peso, além de reações como diarreia, barriga distendida, anemia e vômito. Alguns quadros, chamados de não-clássicos, são monossintomáticos: o paciente apresenta um desses sinais, isoladamente. Pode só ficar com o intestino preso ou só apresentar baixo ganho de peso, por exemplo. Em geral, o celíaco apresenta os primeiros sinais de intolerância ao glúten assim que começa a ingerir alimentos sólidos com a proteína – o que acontece entre 1 e 3 anos de idade.
Como os sintomas da doença não são exclusivos a ela, é necessário investigar mais a fundo para fechar o diagnóstico. A dona de casa Erivane Moreno, mãe de Amanda, consultou mais de 40 pediatras até descobrir que a menina, hoje com 7 anos, tinha intolerância permanente ao glúten. Desde bebê, ela ficava com a barriga inchada e chorava durante a noite inteira com dor na região. A mãe, preocupada, procurou especialistas quando Amanda completou 1 ano e 3 meses. Somente aos 2 anos e meio é que o diagnóstico foi confirmado. Na época, ela pesava o equivalente a uma criança de 1 ano.
Como os sintomas da doença não são exclusivos a ela, é necessário investigar mais a fundo para fechar o diagnóstico. A dona de casa Erivane Moreno, mãe de Amanda, consultou mais de 40 pediatras até descobrir que a menina, hoje com 7 anos, tinha intolerância permanente ao glúten. Desde bebê, ela ficava com a barriga inchada e chorava durante a noite inteira com dor na região. A mãe, preocupada, procurou especialistas quando Amanda completou 1 ano e 3 meses. Somente aos 2 anos e meio é que o diagnóstico foi confirmado. Na época, ela pesava o equivalente a uma criança de 1 ano.
Diagnóstico
O que fazer se o seu filho se encaixar nesse quadro? O primeiro passo é consultar o pediatra, que avaliará o estado geral da criança. É importante que ele levante a hipótese da doença celíaca e inicie uma investigação. Primeiramente, é pedido um exame de sangue para detectar a presença de determinados anticorpos - mas também não é suficiente para detectar a doença. Caso dê positivo, o especialista pedirá uma biópsia do intestino delgado: por meio de colonoscopia ou endoscopia, uma pequena parte do órgão é coletada para que se descubra se as vilosidades estão com tamanho reduzido. Foi o resultado desse exame que confirmou o diagnóstico de Amanda. No caso dela, esses relevos do intestino delgado já estavam atrofiados – não absorviam mais nenhum nutriente proveniente da alimentação.
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Para que o teste seja eficaz na confirmação da doença celíaca, preste atenção às orientações do médico. “Alguns pais, diante da possibilidade de o filho ser celíaco, cortam o glúten da dieta da criança antes de fazer os exames. Mas isso não deve ser feito: os resultados dos testes serão comprometidos”, explica Jocemara Gurmini, gastroenterologista pediátrica e nutróloga do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Um dos fatores que causam a doença é genético. Se os parentes diretos da criança (pai e mãe) são celíacos, é importante informar o pediatra já nas primeiras consultas.
Adaptações
Caso os exames confirmem o diagnóstico, a criança precisará seguir uma dieta totalmente livre de glúten. A lei federal 10.674, de 2003, obriga que a indústria alimentícia informe, no rótulo dos produtos, se eles “contêm glúten” ou “não contêm glúten”. Mas fique atento: pães caseiros, por exemplo, exigem que você se certifique dos ingredientes que foram usados. “Há quem acredite que o glúten desaparece quando o alimento é assado. Isso não é verdade. Se há a proteína, não importa o processo de feitura do prato – ele não pode ser consumido pelos celíacos”, alerta Felipe Lora, pediatra e endocrinologista do Hospital Infantil Sabará (SP). Também é importante saber que os talheres podem estar contaminados. Se a família inteira usou a faca para passar manteiga no pão, algumas migalhas ficam grudadas na louça. Por isso, separe peças, como garfos e colheres, para o uso exclusivo da criança que tem a doença.
Erivane conta que parou de trabalhar para dedicar-se à filha e preparar um cardápio especial. “Cozinho tudo em casa. Até existem lojas que vendem produtos sem glúten, mas um pacote de bolacha custa de R$ 10 a R$ 20”, conta. Mesmo quando o rótulo tem a notificação de que não contém a proteína, ela prefere ligar para a empresa alimentícia e confirmar se usam o mesmo maquinário para preparar comida com e sem glúten – se for usada uma só esteira no momento de embalar os produtos, pode haver contaminação. Para driblar as dificuldades, Erivane elaborou receitas com fécula de batata, farinha de arroz e polvilho azedo e doce. Quando Amanda fica com vontade de alguma guloseima “proibida”, a mãe já corre para a cozinha e adapta os ingredientes. Para divulgar essas receitas sem glúten e ajudar outras famílias, Erivane criou o blog O Universo da Criança Celíaca . Lá, ela ensina receitas para fazer nuggets, pão de hambúrguer e enroladinho de chocolate, por exemplo.
E se a criança for a uma festa de aniversário sem os pais? Explique que determinados alimentos fazem mal a ela e não podem ser ingeridos. Contar a verdade faz com que ela compreenda a situação e entenda que precisa prestar atenção ao que come. Erivane dá uma dica: prepara minibolos, que ficam congelados no freezer, coxinha, risoles, pizza e todo o cardápio de festa com massa de mandioca, que não contém glúten. No próximo fim de semana, Amanda irá a uma comemoração com todos esses lanchinhos em uma mala térmica. “Faço tudo isso para ela não ter perda social”, diz Erivane. Na hora de viajar, é sempre bom verificar se o hotel oferece opções sem a proteína.
É claro que essas restrições alimentares podem frustrar a criança. “Algumas vezes , a Amanda chorou, dizendo que não queria ser celíaca. Acabou ficando adulta muito rápido”, conta Erivane. Mas, aos poucos, a criança se adaptará à doença. “Ela mesma olha no rótulo das balas que ganha das amiguinhas, para saber se têm glúten.” Apesar de não ser fácil, o apoio da família fará toda a diferença.
Abaixo, confira uma receita salgada e outra doce sem a proteína, da chef funcional Lidiane Barbosa:
Bisnaguinhas
Ingredientes :
180 g de farinha de arroz
80 g de fécula de batata
40 g de polvilho doce
5 g de fermento em pó biológico
40 g de mel ou melado
5 g de sal marinho moído
190 ml de leite de inhame com coco e gergelim
35 g de manteiga ghee ou óleo de coco
80 g de fécula de batata
40 g de polvilho doce
5 g de fermento em pó biológico
40 g de mel ou melado
5 g de sal marinho moído
190 ml de leite de inhame com coco e gergelim
35 g de manteiga ghee ou óleo de coco
Como preparar o leite de inhame, coco e gergelim
1- Coloque ½ coco e ½ inhame de molho por 4 horas em uma vasilha com água suficiente para cobrir.
2- Dispense a água do molho e coloque o inhame e o coco no liquidificador, com 4 colheres de sopa de gergelim.
3- Acrescente 3 xícaras de água filtrada. Bata bem e depois coe com uma peneira.
4- Separe a parte sólida da líquida.
A parte líquida será o leite que utilizaremos na receita.
Agora é para valer. Como preparar as bisnaguinhas:
1- Em uma vasilha, misture as farinhas e o fermento.
2- Acrescente todos os demais ingredientes, deixando por último o sal.
3- Misture-os delicadamente e depois sove a massa com carinho, até que ela fique homogênea e desgrude das mãos.
4- Se quiser, coloque ervas secas no meio da massa.
5- Com a massa, faça bolinhas em formato de bisnaguinha.
6- Deixe-a crescer por 30 minutos no forno microondas, desligado.
7- Após o descanso da massa, faça um x na parte de cima, pincele uma gema ou o óleo de coco.
8- Leve ao forno pré- aquecido a 180°C, por 25 minutos.
Muffins de chocolate sem glúten
Ingredientes:
4 ovos
1/2 xícara de açúcar mascavo ou de coco
1 xícara de cacau em pó
½ xícara de óleo de coco
1 xícara de chá de água quente
2 xícaras de farinha de arroz ou farinha de trigo sarraceno
2 colheres de sopa de semente de linhaça
1 colher de sopa de fermento em pó
1/2 xícara de açúcar mascavo ou de coco
1 xícara de cacau em pó
½ xícara de óleo de coco
1 xícara de chá de água quente
2 xícaras de farinha de arroz ou farinha de trigo sarraceno
2 colheres de sopa de semente de linhaça
1 colher de sopa de fermento em pó
Modo de preparo:
1- Em uma batedeira, bata os ovos e o açúcar, até que dobrem de volume.
2- Acrescente o cacau e o óleo de coco.
3- Desligue a batedeira e acrescente a farinha e a água (aos poucos). Quando estiver bem homogêneo, volte a bater em velocidade baixa.
4- Desligue a batedeira. Acrescente a semente de linhaça e o fermento.
5- Unte a forma com óleo de coco e a enfarinhe com cacau ou canela em pó.
Coloque em forno médio pré-aquecido a 180° C, por 25 a 30 minutos.
Rendimento : 12 muffins
Rendimento : 12 muffins
http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Alimentacao/noticia/2014/05/doenca-celiaca-entenda-o-que-e-e-como-lidar-com-criancas-que-tem-o-problema.html
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